DICAS PARA COBERTURA JORNALÍSTICA DE CASOS DE VIOLÊNCIA BASEIADA NO GÉNERO (VBG)

0

O jornalismo tem um papel crucial no combate à Violência Baseada no Género (VBG) na medida em que pode influenciar uma sensibilização acerca desta temática. Quando bem feita, a cobertura mediática contribui para romper mitos e tabús e com informações sobre direitos, serviços disponíveis, onde procurar ajuda.

• Faça uma pesquisa prévia. Conversa com especialistas da área para inteirar-se o máximo possível sobre o quadro geral da VBG (as suas manifestações, níveis de incidência, características comuns de vítimas e agressores, dentre outras informações).

• Use a terminologia adequada. Não use a palavra “sexo” quando se trata de um caso de “violação”. Cuidado ao usar palavras como “monstro”, “fanático” e “maníaco” para representar os agressores. A selecção da linguagem é extremamente importante uma vez que afecta a gravidade percebida da situação e poderá servir para reforçar os mitos existentes sobre a VBG.

• Atenção ao tipo de informações que inclui no texto. Escrever sobre o passado da@ vítima, a sua orientação sexual, onde el@ estava no momento da violação, as roupas que usava pode implicar que a vítima seja culpabilizad@ de alguma forma, ou uma justificativa para o comportamento do agressor. Tente evitar a inclusão deste tipo de informações.

• Evite o use dos nomes, as fotografias da pessoa violada, referências de endereço e outras informações que permitem que a vítima seja facilmente identificada. A inclusão deste tipo de informação poderá colocar em risco à vida das suas fontes.

• Inclua conteúdo informativo e educativo. Dê informações que possam ajudar os leitores a encontrar ajuda e novos conhecimentos. Poderá fazer isso através de informações referentes ao trabalho de organizações locais, centros de acolhimento, serviços de atendimento, leis vigentes, ou seja, aquelas inciativas que combatem a VBG no contexto local.

• Lembre-se que a VBG é um problema global que não afecta apenas um classe social, grupo religioso, raça, etnia ou faixa etária. Tome cuidado no seu texto para não representar um grupo sócio-ecónomico como mais propenso a VBG que os demais grupos.

• Contextualize o caso. É importante incluir estatísticas actualizadas; fazer o cruzamento com as leis aplicáveis para casosde VBG ; e, depoimentos de especialistas na área.

• Abordagem positiva. Se possível, traga histórias de vítimas que tenham superado uma violação passada. Pode ser uma forma de encorajamento.

Para saber mais:

Writing About Gender-Based Violence & Title IX: A Guide for Journalists & Editors

É possível um jornalismo com perspectiva de género?

Share.

Leave A Reply